Neópolis é uma cidade sergipana que fica no leste do estado, perto do rio São Francisco. Ela tem cerca de 16.400 habitantes, segundo a estimativa do censo 2021. A economia da cidade se baseia na indústria, na agricultura, na pecuária e no turismo. Mas essas atividades não dão conta de gerar emprego e renda para todos os moradores, que enfrentam um alto índice de desemprego e informalidade.
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| Reprodução Coluna Neópolis em Foco |
Em 2019, o IBGE mostrou que 17,75% das pessoas que podiam trabalhar em Neópolis estavam sem trabalho. Esse número era maior do que a média de Sergipe (15,5%) e do Brasil (11,9%)2. Além disso, mais da metade das pessoas que trabalhavam em Neópolis (51,9%) não tinham carteira assinada nem contribuíam para a previdência social. Isso mostra que faltam incentivos para a criação de novas vagas de trabalho na cidade, tanto pelo governo quanto pelas empresas.
Um dos motivos que atrapalham o crescimento econômico de Neópolis é o baixo nível de educação da população. O Censo 2010 revelou que quase um terço dos moradores com mais de 25 anos não tinha terminado o ensino fundamental, e só 5,4% tinha concluído o ensino superior. Os dados do último censo ainda não foram divulgados, mas é provável que não tenham mudado muito. Esses números mostram que é preciso investir em educação e capacitação profissional, para que os trabalhadores possam se qualificar para o mercado e aproveitar as chances que aparecerem.
Outro motivo que piora o problema do desemprego em Neópolis é a saída da população, principalmente dos jovens, que vão para outras cidades ou estados em busca de uma vida melhor. Entre 2010 e 2022, a cidade perdeu 3.432 habitantes, uma queda de 17,3% em relação ao censo anterior1. Essa tendência de diminuição populacional prejudica o potencial de desenvolvimento econômico e social da cidade, que fica cada vez mais velha e dependente de recursos de fora.
Diante dessa situação, é urgente que sejam tomadas medidas públicas de incentivo ao empreendedorismo, à inovação e à diversificação produtiva em Neópolis. Algumas ações possíveis são: facilitar a entrada de novas empresas na cidade, reduzindo as burocracias e exigências; aumentar as chances de mercado para as novas empresas, dando incentivos fiscais, crédito fácil e infraestrutura boa; estimular investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), principalmente nas áreas de agricultura, pecuária e turismo, que são as mais fortes da região5; e apoiar a qualificação e o desenvolvimento de carreira dos trabalhadores, oferecendo cursos, treinamentos, bolsas e benefícios.
Além disso, é importante que sejam criados mecanismos de participação e controle social, para que os cidadãos possam acompanhar e fiscalizar a gestão dos recursos públicos e a execução dos projetos. A sociedade civil organizada, os sindicatos, as associações, as cooperativas e os conselhos devem ter voz ativa nas decisões que afetam o futuro de Neópolis.
O desemprego em Neópolis é um problema difícil, que não se resolve rápido. Mas é possível enfrentá-lo com planejamento, cooperação e vontade política. Afinal, o que está em jogo é o bem-estar e a dignidade de milhares de pessoas que merecem ter trabalho decente e realização pessoal e profissional.
As eleições desse ano podem colaborar para a escolha de um gestor que foque em ações que visem mitigar esse problema. Os eleitores de Neópolis devem avaliar as propostas dos candidatos a prefeito e a vereador, e votar em quem apresentar soluções concretas e viáveis para a crise do trabalho na cidade. O voto é uma ferramenta poderosa para mudar a realidade de Neópolis.
Neópolis FM